Caroline Fair - Cap. 1


O celular não parava de emitir um ruído horrível, incessante! Todos os dias, as seis horas da matina é a mesma coisa. O despertador toca e a vontade de levantar não aparece. Jogo os braços por cima da cabeça em uma tentativa inútil de fazer com que o barulho não me perturbe mais e me deixe dormir mais cinco minutos apenas. 

Lá da cozinha vem um barulho insistente de xícaras, e a chaleira no fogo emite sinal de que a água já ferveu. Mais um dia da semana, mais um dia da minha vida. E ainda assim, nada parece ter mudado. Levanto da cama, me olho no espelho e graças a Deus por já estar acostumada com essa minha cara, caso contrário teria dado um grito, devido a minha aparência naquela manhã, em todas as manhãs na realidade. Termino de me arrumar e rumo ao banheiro, escovo os dentes, passo um pouco de corretivo, BBCream e pó. Nesta manhã ignoro o blush, parto direto para a máscara de cílios, e como de costume coloco o brilho labial no bolso. Caminho em direção a cozinha, a cena é a mesma de todas as manhãs. Meu irmão Pedro está sentado no lado direito da mesa, seus pezinhos balançando por ainda não alcançar o chão, come com extrema vontade os cereais a sua frente. Minha mãe esta sentada, lendo seu jornal e comentando sobre a coluna de funerais no jornal, ela tem uma fascinação estranha com tudo isso. Meu pai está se servindo de um pouco de café preto, sigo seu exemplo. E cumprimento toda a família.

-Bom dia gente- Falo com um tom nota zero de animação em minha voz, parece que ficar até tarde acordada realmente não faz bem para a motivação das pessoas. 

-Bum diiiia - Diz Pedro, aquele sorrisinho banguela acaba por me fazer sorrir com ternura. Talvez o dia não seja tão ruim assim...

-Bom dia, você viu aquela menininha de 5 anos que foi morta e largada no rio Açapé? - Fala mamãe com o mesmo toque de brilhantismo em sua voz. Agora é a vez de papai me dar bom dia, será que hoje é um dia bom? Será que hoje ele não esta brabo, seja la pelo motivo que for? Essa bipolaridade é realmente estressante!

Mas ele não me cumprimenta, sua cara permanece fechada. Eu entendo que devo apenas me sentar, comer e sair de casa o mais rápido possível. Afinal é mais um dia, mais um longo dia de rotina estressante, brigas e sono. Um dia normal na vida de Caroline Fair.

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